A força elétrica trata da interação de repulsão e atração dos corpos devido ao campo elétrico gerado por cada um deles. Como ilustrado, cargas com sinais iguais se repelem enquanto cargas com sinais diferentes se atraem.
    Consiste no processo de transformar um corpo inicialmente neutro em um corpo eletricamente carregado. Isso pode ser feito de três maneiras: atrito, contato ou indução.
    Representa o menor valor possível para uma carga existente, sendo atribuído aos prótons e elétrons. $$ {e=1,60217662 \cdot 10^{-19}C} $$
    Por definição, a quantização de uma carga elétrica é referente a multiplicação de um inteiro de uma carga fundamental, ou seja: $$ {Q=n \cdot e} $$
    Uma vez introduzido alguns conceitos de eletrização, vamos falar agora sobre a
Lei de Coulomb, que abrange os estudos sobre a força elétrica entre partículas eletricamente carregadas.
    Quando o físico Charles Augustin de Coulomb estudou as forças de interação entre partículas carregadas,
ele usou uma balança de torção (Figura 1). Tal balança foi similar a usada por Henry Cavendish, 13 anos mais tarde,
para estudar a força de interação gravitacional, que é muito mais fraca que a elétrica.
    Ao observar o comportamento de repulsão entre duas esferas carregadas, Coulomb notou que a força elétrica (F) entre cada carga é inversamente proporcional ao quadrado da distância (r) entre os corpos. Bem como é diretamente proporcional ao produto das cargas (q).     Sendo assim, ele conseguiu estabelecer uma das principais leis da eletrostática conhecida nos dias de hoje, a Lei de Coulomb:
$$ {F=k \cdot {\frac{\mid Q_1 \cdot Q_2 \mid}{r^2}}} $$
em que k é uma constante de proporcionalidade definida como:
$$ {k=8,99 \cdot 10^{9} N \cdot m^2/C^2} $$
    Isaac Newton concluiu que a força que mantém a Terra orbitando em torno do Sol, ou até mesmo, a maçã que cai próxima à superfície da Terra, têm uma mesma origem: a força gravitacional.     Segundo a lei de gravitação universal, duas massas puntiformes (m), separadas por uma distância (r), sofrem uma atração mútua dada por:
$$ {F=G \cdot {\frac{m_1 \cdot m_2}{r^2}}} $$
em que G é a constante gravitacional definida como:
$$ {G=6,67 \cdot 10^{-11} N \cdot m^2/kg^2} $$
    No entanto é a mais fraca de todas as forças da natureza, sendo praticamente inexpressiva em níveis atômicos e moleculares, tendo como a propriedade responsável pela intensidade dessa interação a massa dos corpos.     É interessante observar que a equação acima é muito parecida com a Lei de Coulomb. Uma diferença entre essas forças é que a força gravitacional somente será atrativa (Figura 2).
    A força gravitacional é bastante significativa entre objetos do tamanho de estrelas. Ela é responsável por manter a Terra agregada e os planetas girando ao redor do sol.     A atração gravitacional mútua no Sol comprime seu núcleo com intensidade e temperaturas muito altas, o que possibilita reações nucleares que geram energia ao Sol. Sem ela não seria possível manter aprisionadas as moléculas de gases na atmosfera, ou seja, os gases seriam expelidos para o espaço.
    Agora que entendemos sobre duas das forças mais importantes de nossa existência, está na hora de relacioná-las. Para isso podemos pensar em um exercício simples: Em algum local do espaço há dois grãos de poeira com 50μm de diâmetro, e com uma densidade de massa de 2,5 g/cm³. Estão separados por uma distância r. Se os grãos fossem eletricamente neutros, e livres de outras forças externas, eventualmente colidiriam gravitacionalmente. Agora, suponha que os dois grãos são carregados eletricamente com n elétrons extra. Encontre o valor mínimo de n tal que a colisão gravitacional seja prevenida.     Antes de mais nada, devemos primeiro organizar as informações que temos, bem como efetuar as conversões das unidades para o SI, temos: $$ {raio=R=25 \cdot 10^{-6}m} $$ $$ {densidade \space de \space massa=\rho=2500kg/m^3} $$     Como o objetivo é encontrar um valor de n tal que a colisão gravitacional seja prevenida, então devemos igualar as forças gravitacional e elétrica, a fim de encontrar a carga necessária que anule a força gravitacional, temos que: $$ {F=G \cdot {\frac{m_1 \cdot m_2}{r^2}}=k \cdot {\frac{\mid Q_1 \cdot Q_2 \mid}{r^2}}} $$ $$ {G \cdot {\frac{m^2}{r^2}}=k \cdot {\frac{Q^2}{r^2}}} $$ $$ {Q^2=\frac{G}{k} \cdot m^2} $$     Não temos o valor da massa, mas temos a sua densidade. Então podemos substituir m por uma relação de multiplicação entre o volume do corpo (V) e sua densidade (ρ), pois  m=ρ.V     Como estamos interessados no valor de n, então podemos também utilizar a relação da quantização de carga (formulado nas Propriedades Eletrostáticas), que consiste em  Q=n.e, temos que: $$ {(n \cdot e)^2=\frac{G}{k} \cdot (\rho \cdot V)^2} $$ $$ {n \cdot e=\sqrt{\frac{G}{k} \cdot (\rho \cdot \frac{4}{3} \cdot \pi \cdot R^3)^2}} $$ $$ {n=\frac{\sqrt{\frac{G}{k} \cdot (\rho \cdot \frac{4}{3} \cdot \pi \cdot R^3)^2}}{e}} $$     Finalmente, podemos substituir os valores fornecidos, junto aos conhecidos, e, assim, obter n: $$ {n=\frac{\sqrt{\frac{6,67 \cdot 10^{-11} N \cdot m^2/kg^2}{8,99 \cdot 10^{9} N \cdot m^2/C^2} \cdot (2500kg/m^3 \cdot \frac{4}{3} \cdot \pi \cdot (25 \cdot 10^{-6}m)^3)^2}}{1,60217662 \cdot 10^{-19}C}} $$ $$ {n \geq 0,08797} $$ o resultado dessa conta pode ser conferido clicando aqui.     O valor de n pode ser entendido como uma conclusão de que as forças não podem se manter em equilíbrio. Uma vez que o número de cargas quantizadas n deve ser um inteiro. Portanto, ou não há elétrons (n=0) e assim ocorre a colisão pela força gravitacional. Ou o número de elétrons é maior que 1 (n≥1) e assim a força elétrica evita a colisão pela força gravitacional.
    “Coulomb nasceu em 14 de junho de 1736, na cidade de Angoulême, na França, filho de pais bem sucedidos, vindos de uma família aristocrata. Ele estudou engenharia no Royal Engineering School of Mézières e, então, ingressou para o exército, onde pôde aplicar seus conhecimentos de mecânica à construção de balanças de torção.     Nos 20 anos seguintes ao seu regresso, Coulomb mudou-se constantemente, mas passou cerca de 9 anos na Índia como engenheiro militar do exército. Nessa época, o engenheiro francês foi o responsável pela construção de um forte na Martinica.” (HELERBROCK).
    “Coulomb mostrava grande interesse nas pesquisas realizadas pelo clérigo Joseph Priestley, que estudava a repulsão entre cargas elétricas e, por isso, decidiu estudar esse fenômeno, para tanto, o engenheiro desenvolveu um aparato de medida extremamente sensível, capaz de medir a força elétrica presente entre duas esferas eletricamente carregadas. Tal aparato, conhecido como balança de torção, consistia em uma haste suspensa por um fio, com duas esferas metálicas em suas pontas.” (HELERBROCK).       Abaixo está um vídeo de um experimento caseiro da balança de torção:
    Aquela história de que a maçã caiu na cabeça do Newton? Mentira, mas essa história é conhecida em todo o mundo. Mas uma macieira, de fato, fez com que o cientista refletisse sobre a possibilidade de que a mesma força capaz de fazer as maçãs caírem também pode ser responsável por “prender” as coisas no chão, a isso ele chamou de: gravidade!     Foi o próprio Newton quem deu origem ao boato de que a gravidade foi descoberta desse jeito. Ele contou a história a um amigo, e o amigo contou ao mundo! Não interessa muito se a história não é bem assim, porque a essência é verdadeira. Todo dia maçãs caem no chão.
(YOUNG & FREEDMAN) Uma partícula α (o núcleo do átomo de hélio) possui massa m=6,64.10-27kg e carga q=+2e=3,2.10-19C. Compare o módulo da força de repulsão elétrica entre duas partículas α com o módulo da força de atração gravitacional entre elas.
YOUNG & FREEDMAN. Física III: Eletromagnetismo. São Paulo, 2015.
HELERBROCK, Rafael. Charles Coulomb. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/charles-coulomb.htm. Acesso em: 17 de Dezembro de 2020.
HELERBROCK, Rafael. Eletrostática. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/principio-eletrostatica.htm. Acesso em: 17 de Dezembro de 2020.
HELERBROCK, Rafael. Processos de eletrização. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/processo-eletrizacao.htm. Acesso em: 17 de Dezembro de 2020.
TODAMATÉRIA. Lei de Coulomb. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/lei-de-coulomb/. Acesso em: 17 de Dezembro de 2020.
BORGES, Dayane. Carga elétrica, o que é? Definição, principais tipos, unidade e quantização. Disponível em: https://conhecimentocientifico.r7.com/carga-eletrica/. Acesso em: 17 de Dezembro de 2020.
PROPG. A força eletrostática e a lei de Coulomb. Disponível em: https://propg.ufabc.edu.br/mnpef-sites/relatividade-restrita/a-forca-eletrostatica/. Acesso em: 17 de Dezembro de 2020.